"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

sábado, 5 de setembro de 2009

Uma experiência marcante

A Mylla Galvão, que escreve nos blogs Idéias de Milene, Minhas Memórias de Infância, Lua Imaginada e Vidas Linha, sugeriu uma blogagem coletiva em comemoração aos 6 meses de aniversário do blog Vidas Linha. O tema proposto foi “Uma experiência marcante em minha vida”. Um tema que com certeza rende muitas histórias, se a pessoa se sentir confortável para contar; e dar, com isso, uma mostra de amizade.

 

selo da blogagem coletiva

 

A experiência marcante que vou contar aconteceu no ano passado, que na verdade foi um período de bons e péssimos acontecimentos num intervalo muito curto.

 

No final de 2007 prestei concurso para uma vaga na prefeitura daqui, não tinha muitas esperanças por achar que essas coisas são manjadas, e que, desde o início, existem os “donos da vaga”. Para minha surpresa, fui aprovado e convocado para começar a trabalhar em abril do ano passado. Para quem não tinha muitas esperanças foi uma onda de euforia.

 

Tudo ia bem. Até que, menos de quinze dias depois de começar a trabalhar meu pai faleceu, repentinamente, aos 52 anos. O chão cedeu, o céu caiu e o futuro ficou tão negro quanto a mais escura das noites nubladas.

 

Ninguém em sã consciência pensa em perder os pais, ou em como será quando isso acontecer. Mesmo católico, e depois de já ter ouvido inúmeras vezes o sermão da vida eterna, quando uma coisa desse porte acontece você se esquece de tudo, e passa a duvidar de tudo também. Eu duvidei de muitas coisas e formulei o tradicional questionamento digno de novela mexicana: “Por que?”

 

O mais triste é que tudo aconteceu quando as coisas estavam começando a melhorar em casa.  Meu pai se sacrificou o quanto pode para manter a mim e meus irmãos estudando, mesmo tendo que trabalhar dois períodos, e, em muitos sentidos, foi um exemplo de homem – e meu Monteiro Lobato. Seria mais do que justo que ele desfrutasse dos benefícios que surgiam num horizonte próximo. Porém poucas coisas são como queremos, e há experiências pelas quais, infelizmente, temos que passar.

 

Depois de tudo pelo que passamos, aprendi que o tempo, que de um lado nos aflige, também nos conforta, permitindo seguir em frente.

 

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Aqui você pode ver a lista de blogs que também participam desta blogagem.

9 comentários:

Nade disse...

Luciano,
Fiquei sem palavras... Tenho meus pais, mas moro longe deles. Eles moram em Belém e eu, em Porto Alegre, apesar de que falo com eles sempre. Difícil falar sobre algo sem ter vivido a experiência... Perdi só uma avó até agora...
Tem que ter muita coragem e muito orgulho do pai para expor um momento tão difícil, mas tão inesquecível, que só o tempo é capaz de acalmar...
Bjs e virei mais vezes aqui...

Chica disse...

É , Luciano! Essa é uma experiência que marca e entristece. Ainda bem que com o andar da roda da vbida, as coisa vão tomando os seus lugares e passamos a conviver melhor com, essas perdas. São guardadas no canteiro das saudades...abração,tudo de bom,chica Também quero voltar aqui,Vou ver se tem seguidores...

Luciano A.Santos disse...

Chica,

É verdade. Aquele ditado que diz que "Nada como um dia após o outro" está mas que correto. COm o tempo nos habituamos à situação e continuamos a viver.

Grande abraço.

luzdeluma disse...

Eu perdi meu pai pequena e acho que se perdesse agora, seria pior. Você teve tempo de conviver com ele, tem mais lembranças, mais saudades! Se eu sofro e faz tempo que o perdi, imagino como você sente a falta dele. Mas como disse no meu texto - tudo faz parte da própria vida e nela se dilui. Beijus

Andreia disse...

Comentei no post do seu Monteiro Lobato. Mas repito que tua história com teu pai é linda demais. Ele foi um grande homem e um pai maravilhoso, basta conhecer você e ver o homem que se tornou! Linda sua participação!
Beijos na alma...

Karina disse...

Realmente muito bonito seu texto.

Luciano A.Santos disse...

Obrigado Karina.

Luciano A.Santos disse...

Obrigao Mylla, tô passando lá pra pegar.

Bia disse...

Gostaria de ter participado dessa blogagem coletiva... é algo que passei a me interessar, pois possibilita grande interação entre blogueiros, além de ser uma forma de divulgação de nossos textos e idéias.

Seu texto é realmente lindo e marcante... Infelizmente, nem sempre nossas alegrias acompanham tudo o que vivemos... seu pai deve ter sido mesmo um grande homem, li a postagem referente a Monteiro Lobato.

Posso afirmar que meu Monteiro Lobato foi minha mãe, sempre disposta a me incentivar a ler, primeiramente através dos gibis da Turma da Mônica e livros infantis... depois, meu interesse passou a ser algo natural, mas a agradeço até hoje, pois sei que meus primeiros passos na leitura foram possibilitados por ela.

Achei seu blog através do da Elaine, e gostei muito!
Abraços!

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