"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Filme da Minha Vida

Nesta blogagem coletiva proposta pela Vanessa do blog Fio de Ariadne e inspirada na blogagem coletiva O Livro da Minha Vida, a idéia é falar do filme de nossas vidas. Assim como na bc do livro é uma tarefa complicada, cada um de nós tem uma porção de filmes favoritos, cada um deles nos tocou de uma forma, gostamos de um porque é alegre, do outro por que tem suspense e assim vai. Então como escolher o filme de nossas vidas?

O filme da minha vida é controverso, alguns o consideram uma obra-prima, outros acham que não tem valor algum. Escolhi falar dele devido ao impacto que causou em mim, na época em que o assisti pela primeira vez tinha uns 17 anos, e que perdura até hoje, depois de tê-lo assistido mais umas dez vezes.



Rocky, um lutador foi lançado em 1976 e surpreendeu por sua história simples que exemplificava de maneira quase perfeita o tão falado Sonho Americano. Rocky era um boxeador desconhecido, que ganhava uns trocados a mais como cobrador de um agiota, desacreditado até mesmo no clube onde treinava. Sua sorte muda do dia para a noite quando o oponente do atual campeão mundial Apollo Creed se machuca e fica impossibilitado de disputar o título. Sem oponente - e sem uma luta onde poderia faturar mais alguns milhões - Apollo tem a idéia de fazer uma luta exibição com um boxeador iniciante, dando a este lutador a chance de ser o centro das atenções por pelo menos uma noite, dando ao desconhecido "a incrível oportunidade de disputar uma luta com o campeão mundial". Creed é um chato, e merece os socos que vai levar mais adiante.

Rocky é escolhido por acaso, Creed gosta de seu nome - Rocky, o Garanhão Italiano - enquanto leem os nomes dos inscritos na federação de boxe, então faz a proposta da luta. Rocky aceita e se prepara para a disputa, treinado por Mickey e com a ajuda de Paulie, que deixa que ele treine socando carcaças num frigorífico onde trabalhava. A cena mais famosa do filme, Rocky subindo correndo as escadarias do Museu de Arte da Filadélfia, com dificuldade até chegar triunfante ao topo, ao som de "Gonna Fly Now" tornou-se um marco na história do cinema mundial. Eu paro por aqui.

Silvester Stallone escreveu o roteiro de Rocky em 3 dias, após assistir a uma luta entre Muhammad Ali e o desconhecido Chuck Wepner. Impressionado com aquele desconhecido que resistira por 15 rounds ao maior boxeador de todos os tempos, decide levar a história ao cinema, e mais que isso, decide ser aquele desconhecido no cinema.

O que impressiona em Rocky é o ambiente: o lutador vive em uma Filadélfia escura, úmida e imunda, solitário, enquanto tenta conquistar Adrian, conversando com suas tartarugas e aguentando o mau humor de Paulie. Apesar de tudo é feliz. Já disseram que "Rocky é um idiota. Mas é um doce idiota." Concordo.

Com um orçamento de pouco mais de 1 milhão de dólares Rocky foi o filme de toda uma geração de americanos que viram na obra a certeza de que o Sonho Americano era possível, e uma legião de estrangeiros que pensavam que o Sonho Americano era, talvez, sua única esperança.

Mesmo tendo nascido 10 anos depois de seu lançamento, e tê-lo assistido 27 anos mais tarde, Rocky também é o filme da minha vida, pois me mostrou como é possível mudar o rumo das coisas num momento em que a preocupação acerca de qual rumo tomaria me afligia: estava terminando o segundo grau, não trabalhava e me sentia despreparado para o vestibular. Rocky é a prova - ficcional, claro - de que acreditar em si mesmo vale a pena, de que devemos nos agarrar com todas as nossas forças às oportunidades que nos são apresentadas. E que uma derrota honrosa vale muito mais que uma vitória indigna.

Fontes: iMDb, Wikipedia.pt, Rocky.com

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Castle Magazine

Uma das minhas maiores frustrações é não saber desenhar. Bem que tento, mas o resultado nunca chega nem perto do esperado (muito menos do imaginado). Se não desenho bem ao menos admiro quem o faça, e sempre fuço a net em busca de bons desenhistas, e numa destas andanças dei de cara com o site PDF Mags, que disponibiliza inúmeras revistas em PDF de diversos temas - e o melhor de tudo: GRÁTIS.

Uma das que mais gosto é a Castle Magazine, uma revista de origem alemã com publicações regulares (atualmente está na 14ª edição), que tem seu foco na ilustração, fotografia, montagens, design e arquitetura, e que se intitula uma revista para "todos os garotos e garotas ao redor do mundo".

Das 14 edições a minha preferida é a de número 8, que teve como tema os robôs. Abaixo algumas ilustrações desta edição.

Unglickliche Konbination aus zeit ort und schuhen - Angelika J. Trojmarski


IOjima - Eric Joyner


Raygun vs. Flowers - Aaron Jasinski

Well Oiled - Matt Dixon


Contact - Matt Dixon

No site da revista você pode baixar todas as edições.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Agradecimentos

Falei aqui sobre a blogagem coletiva proposta pela Vanessa, do Fio de Ariadne, juntamente com a Jorge Zahar Editor, cujo tema era "Quem foi seu Monteiro Lobato" e que pretendia discutir como são feitos os leitores e quem ou o quê os motivam a se tornarem leitores; e na qual os três melhores posts, escolhidos por votação depois de uma pré-seleção feita ela Vanessa, ganhariam um livro da citada editora.

Para minha surpresa, e imensa felicidade, meu post foi escolhido para votação e, nesta fase, recebeu 10 votos, ficando em segundo lugar.

Pouco depois de aceitar o convite para participar da blogagem já sabia quem era meu Lobato e tinha idéia de como seria meu post. Quando terminei de escrevê-lo e fiz minha primeira leitura o achei um pouco sentimentalóide, temi que o considerassem apelativo, baixo. Pensei em alterar algumas coisas, mas ao refletir mais um pouco decidi que não era a coisa certa a se fazer, não estaria sendo verdadeiro se mudasse algo do que hoje está ali escrito. A blogagem pedia que se revelassem nossos Lobatos, decidi fazê-lo revelando o meu em sua verdadeira forma, sem moldagens, com um post do tipo que não se pode revisar para ajustes ou alterações. Ali está o que eu sinto, em estado bruto, sem retoques.

Este post nada mais é que meu sincero agradecimento a todos aqueles que passaram por aqui por ocasião do evento, que dedicaram um pouco de seu tempo para ler este blog, que se identificaram e/ou se emocionaram com o post, aos que deixaram seu comentário - com palavras que muito me honraram, a Vanessa pelo convite para participar da blogagem, aos participantes que partilharam com todos "seus Monteiro Lobatos", e àqueles que consideraram meu texto digno do seu voto.

Obrigado.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Atualizando

Quem depende de algum serviço da Telefonica para acessar a internet (e no estado de São Paulo MUITA gente depende destes serviços) sabe o suplício que é. Hoje conecta, amanhã não. De manhã conecta, a tarde também, mas com velocidade de conexão discada. E assim vai.

Neste feriadão não foi diferente. Com muita paciência (as páginas penavam para carregar) consegui usar o pc, no sábado para postar sobre a blogagem coletiva "Quem foi seu Monteiro Lobato" e ler os posts dos blogs participantes, e no domingo, com a net mais lenta do que nunca, consegui fazer/responder alguns comentários. Tentei postar, mas quem disse que a página carregava?

Então hoje vou lembrar algumas datas comemorativas que ocorreram por estes dias, e sobre as quais não pude falar no momento oportuno.

No domingo, 19 de abril, mesmo dia da blogagem, foi dia de Santo Expedito, considerado santo das causas justas e urgentes, além de ser o protetor dos militares, estudantes, dos jovens e dos viajantes. Muito popular no Brasil, em parte graças a prática de se encomendar a impressão um milhar de santinhos quando uma prece é atendida, o que difunde a fé no Santo, é raro quem nunca tenha apelado aos seus préstimos. Eu mesmo já recorri, e, fui atendido.

Ainda no domingo comemorou-se o Dia do Índio, criado pelo presidente Getúlio Vargas em 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas após a intervenção do Marechal Rondon apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril.

Ontem, terça 21 de abril, data em que rememora-se a morte de Tiradentes, herói da Inconfidência Mineira e Patrono Cívico do Brasil.

E, finalmente, hoje, 22, comemora-se duas datas: o Dia da Terra, criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson a fim de criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. Pasmem: esta não é uma data reconhecida pela ONU!, e o Descobrimento do Brasil, pela frota portuguesa comandada por Cabral.

Em dias com as datas comemorativas, espero não ficar sem internet num feriado prolongado, ocasião na qual tenho muito mais tempo para postar.

E estamos no aguardo do resultado da blogagem coletiva "Quem foi seu Monteiro Lobato", proposta pela Vanessa do blog Fio de Ariadne em parceria com a Jorge Zahar Editor. Meu post, que você pode ler aqui, foi selecionado entre os oito finalistas, fato que me deixou imensamente feliz. Também estão, mais do que merecidamente, na "disputa": Na Casa da Vovó, CD - Lado B, Esculacho e Simpatia, Quiosque Azul, Abrazar la Vida, William Lial, e O Nascimento das Palavras. Você pode dar seu voto aqui.

Acho que é só. Abraços.

sábado, 18 de abril de 2009

O meu Monteiro Lobato

A Vanessa, do blog Fio de Ariadne, em parceria com a Jorge Zahar Editor, propôs uma blogagem coletiva que pretende discutir, nas palavras da própria Vanessa:
Como são feito os leitores? Como eles nascem e como são moldados? Com esta coletiva busco a resposta para a seguinte pergunta: Quem foi seu Monteiro Lobato? Houve alguém na sua vida que tenha sido incentivador de seu amor pela leitura? Qual foi o pontapé inicial da sua jornada por este mundo apaixonante que é a literatura?


Bom, quando se trata de formação moral/intelectual meu pai tem um importante papel na minha criação. Isso pode ser considerado normal (ou mesmo banal), mas alguns fatores me levam a pensar que, ao menos no meu caso, merece um destaque especial.

Meu pai era mais um filho de uma família enorme, cuja matriarca era uma índia do sertão de Alagoas, uma família pobre e numerosa comandada por um pai severo. Ele só estudou até o primário, no mais foi trabalhar na lavoura para garantir a subsistência e viver oprimido pela miséria, pela seca, e pelo próprio pai, até que, não conseguindo mais tirar o sustento da terra onde viviam, vieram para São Paulo.

Meu pai tinha tudo para ser um pai como o dele foi: severo, ausente, ignorante e chegado numa bebida. Mas não foi.

Meu pai foi o extremo oposto. Desde cedo imprimiu em seus filhos à importância de estudarem para que, segundo palavras dele, "não terminassem ignorantes como ele", e também para que "tivessem uma vida melhor".

E ele se empenhou nisso, penso que a esperança, a vontade de ver seus filhos se tornarem o que ele não conseguiu - sequer pôde - ser, foi o que o motivou tanto. Me lembro bem do primeiro gibi que ganhei dele, era do Pato Donald, a história que mais gostei se passava no Egito, reli várias vezes (não era sempre que o dinheiro sobrava e dava para comprar gibis), foi ali que comecei a gostar de ler.

Do primeiro gibi ao primeiro livro, já falei dele aqui, foi rápido, e daí em diante meu pai sempre me incentivou, perguntando o que estava lendo, e até mesmo perguntando - em tom de censura - o porque de não estar lendo.

Meu pai era um leitor voraz, da D.O.Leitura, que pegava na prefeitura daqui, até livros de bolso do tipo western ou VC Andrews, de jornal antigo até nossos cadernos de escola - que, quando passei para o colegial, sempre arrancavam dele uma exclamação de "não entendo nada do que está escrito aqui" e eu respondia que "também não entendo Mendel muito bem" . Era um hobby, como o cultivo de orquídeas.

Meu pai era assim. Um nordestino de origem e formação humilde, vida sofrida, oprimida e marcada pelo trabalho, que, mesmo assim, superando todas as expectativas ou previsões, se tornou um PAI que gostava de orquídeas.

Se devo alguma coisa a alguém é a ele, e tenho a plena consciência de que devo, muito.

Devo a educação que tenho, o curso que faço, a vida que levo. Me devo por inteiro, por tudo o que sou, embora não corresponda a um vigésimo do homem que ele foi.

*

Não seria justo deixa de citar aqui pessoas com as quais passei boa parte de meus tempos de escola: as bibliotecárias. Em especial àquela que mais exerceu a função que, para mim, devia ser a de todas as bibliotecárias: conselheiras, guia cultural e, porque não, amigas. Então fica meu muito obrigado à D. Ivonilda, com quem mantenho certo contato até hoje.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Piyo

Piyo é mais uma animação bacana que vi no canal sequence0209 do YouTube, lá também vi o DoReMi. Piyo é um pinto (galináceo, que fique claro) que se vê em meio a uma aventura mesmo antes de nascer, e que a partir daí parte em busca do lar perdido.

É impagável o sofrimento da galinha sua mãe ao botá-lo, dado o tamanho avantajado do indivíduo, muito boa também é a animação e o estilo de arte adotado, gostei bastante da mistura de animação com vídeo, assim como da materialização de Piyo no nosso mundo, todo de lâmpadas.

domingo, 12 de abril de 2009

Domingo de Páscoa

Hoje, Domingo de Páscoa, os cristãos celebram a ressurreição de Cristo, sua vitória sobre a morte, que assim foi representada por Rafael Sanzio:


Fonte da imagem

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sexta-feira Santa

Amanhã, 10 de abril, é um dos dias mais importantes do calendário cristão, de maneira especial no católico, onde faz parte do Tríduo Pascal o mais importante período do ano litúrgico, sendo também um dos raros dias onde NÃO se celebra a Eucaristia.

Segundo a Wikipédia:

A Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão, é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.

Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.

A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.

Na Igreja Católica, este dia pertence ao Tríduo pascal, o mais importante período do ano litúrgico. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, pelo que é um dos raros dias em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia.

Por ser um dia em que se contempla de modo especial Cristo crucificado, as regras litúrgicas prescrevem que neste dia e no seguinte (Sábado Santo) se venere o crucifixo com o gesto da genuflexão, ou seja, de joelhos.

A Igreja exorta os fiéis a que neste dia observem alguns sinais de penitência, em respeito e veneração pela morte de Cristo. Assim, convida-os à prática do jejum e da abstinência da carne.

Exercícios piedosos, como a Via Sacra e o Rosário, são também recomendados como forma de assinalar este dia especialmente importante para a fé cristã.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Blogagem Coletiva - Quem foi seu Monteiro Lobato

Recebi ontem o convite da Vanessa, do Fio de Ariadne, para participar de uma blogagem coletiva cujo o tema é:


A ideia é que, em comemoração ao Dia Nacional do Livro do Livro Infantil, se fale como ou o que fez de você um leitor, quem foram os seus incentivadores, e quem ou o que o motivou para que construísse o hábito da leitura.

Dessa vez a blogagem conta com o apoio da Jorge Zahar Editor, que presenteará os melhores posts com alguns de seus lançamentos. Saiba como no post do Fio de Ariadne.

Se deseja participar, é só

Inscrever seu blog deixando um comentário neste post, leve o selo do evento do seu blog e publique, dia 18 de abril, um texto que conte como foi seu primeiro contato com o mundo das letras. Quem foi seu Monteiro Lobato? Quem incentivou você a ler? Mas, atenção, só concorrerão os textos publicados no dia 18 de abril.

Ah, e não se esqueça da blogagem sobre o filme da sua vida, que acontece nos dias 29 e 30 de abril, como você vê aqui.