"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Agatha Christie

Hoje, além de se comemorar o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, também se comemora o aniversário de um dos maiores escritores de nosso país, Fernando Sabino.  Não por acaso, a Vanessa, do Fio de Ariadne, propôs uma blogagem coletiva na qual cada um escreveria um pouco sobre seu autor preferido. Mentalmente, tive que fazer uma pequena lista, na qual grandes nomes figuraram, para decidir sobre quem deveria escrever, uma vez que vários autores me cativaram de alguma forma e seriam merecedores da homenagem, então demorou um pouco até que decidisse por Agatha Christie.

 

sabino

 

“Nascida Agatha Mary Clarissa Miller em 15 de Setembro de 1890, Agatha Christie é conhecida pelo mundo como a Rainha do Crime. Os seus livros venderam mais de um bilhão de cópias em inglês, além de outro bilhão em línguas estrangeiras. Autora de oitenta romances policiais e coleções de pequenas histórias, dezenove peças e seis romances escritos sob o nome de Mary Westmacott. Agatha foi pioneira ao fazer com que os desfechos de seus livros fossem extremamente impressionantes e inesperados, sendo praticamente impossível ao leitor descobrir quem é o assassino. (…) Em 1971 recebeu o título de Dama da Ordem do Império Britânico. Agatha Christie morreu em 12 de janeiro de 1976, aos 85 anos de idade, de causas naturais, em sua residência - Winterbrook, em Wallingford, Oxfordshire”. Wikipédia.pt

 

agatha_christie_portrait

Foi estranho o modo como conheci Agatha Christie. Estava escolhendo um livro na biblioteca da escola – ou muito me engano ou devia ser o ano de 98 – e me deparei com “Sócios no Crime”. Não sei explicar direito, mas às vezes tenho a impressão de ter, de antemão, conhecimento de algo que ainda não conheço. Confuso? É sim, mas já aconteceu algumas vezes, e sempre com algo que depois passei a admirar ou gostar muito: Bob Dylan, Júlio Verne, Agatha Christie, entre outros. É como se esses nomes ou coisas fossem tão fortes e presentes que sempre tive ciência de suas existências. Mas não importa – ao menos não agora.

 

Acabei levando Sócios do Crime para casa e o li em dois dias. Depois me tornei um leitor compulsivo, e não demorou muito para esgotar todas as possibilidades que tinha na pequena biblioteca da escola, tendo como companheiros de toda tarde Tommy e Tupence Beresford, Miss Marple e Poirot, saboreando suas aventuras no aconchego do meu quarto.

 

Nenhum livro me impressionou tanto quanto O Caso dos Dez Negrinhos – que se chamava assim na época que o li, mas me parece que mudaram seu título por alguns o considerarem politicamente incorreto. Juro que, enquanto o lia, mudei minha cama para o canto do quarto e passei a dormir com as costas na parede e de olho na porta. Normal, se se considerar que todo mundo no livro começou a morrer e nem sinal do assassino. Sem dúvida é meu livro preferido de Agatha Christie, e o efeito que teve sobre mim se manteve o mesmo nas segunda e terceira leitura.

 

Por falar nisso, se os livro de Christie possuem um problema é o do replay. Como todo livro de suspense e/ou policial o prazer da segunda leitura é quase que completamente minado pela eliminação do fator surpresa. Saber o desfecho de antemão não torna uma obra pior, mas faz com que se perca um pouco do sabor que somente os livros deste gênero tem. Atribuem a Eugênio Mohallem a seguinte frase: “No Líbano, os livros são lidos de trás para frente. É por isso que Agatha Christie não vende nada por lá”. A grosso modo faz sentido, até se se considerar que uma segunda leitura sempre começa pelo término de uma primeira. Mesmo assim reli quase tudo de Agatha Christie que me passou pelas mãos, e mesmo já sabendo o final e tudo o que aconteceria, saboreei cada página, cada momento de suspense e cada clímax antes da revelação final.

 

Calculo que tudo que li não corresponde nem a 40% do que a autora escreveu – cerca de 100 livros – portanto minha dívida é grande. Mas sempre é tempo de por as células cinzentas para funcionar e acompanhar uma obra da Rainha do Crime. E, claro, se surpreender.

10 comentários:

Wania disse...

Luciano, eu tb gosto muito de ler Agatha Christie.
Lendo-te aqui voltei no tempo: minha mãe sempre gostou de ler os livros dela e eu, um dia, peguei um dos seus que ficavam sempre sobre a mesinha de cabeceira, acho que era O Assassinato de Roger Ackroyd.. e daí não parei mais!
Naquela época acho que li vários, em sequência. Cada um mais interessante e diferente que o o anterior... que mente criativa e brilhante tinha esta escritora.

Só um livro dela não quis ler até hoje, Cai o pano... o motivo... que conhece pode entender!

Lindo post!

Bjs

Tempestade disse...

Luciano,
Eu tive caso parecido com Sidney Sheldon. Lia todos que pude na adolescência em poucos dias, claro que não li a obra dele completa, mas me fascinou assim como você e Agatha. Dela li muito pouco, não por não gostar, mas fui me enveredando por outras trilhas.
Muito legal seu post!
Também estou participando com meu autor preferido e confesso que foi difícil escolher!
Beijos Tempestuosos e bom feriado!

jamesp. disse...

Luciano,adoro Agatha Christie.Acho que li praticamente tudo dela,se não me engano(rsrs).
Um gênio,sem dúvida.Também sou fã do'Caso dos dez negrinhos' ao lado dos geniais'Assassinato no expresso do Oriente','Convite para um homicídio' e o fabuloso'O Assassinato de Roger Ackroyd'.Parabéns pelo post,Luciano.Abração.

Vanessa disse...

Luciano, adorei sua escolha. Tenho impressão que li tudo de Hercule Poirot, alguma coisa de Miss Marple e Parker Pine além de boa parte dos livros com outros personagens. Sou absolutamente fã dela e detalhe: Nunca acertei um assassino, minhas celulas cinzentas funcionam mal , assim como as do Capitão Hastings. Vou parar de escrever ou o comentário virará um post. Adorei, obrigada pela participação.

Janaina Amado disse...

Luciano, vc. tem toda razão, "Os Dez Negrinhos" é inesquecível. Também adoro Agatha Christie. Abraços.

Cristina e Márcia disse...

Oi Luciano
Adorei lembrar dos livros de Agatha Christie (e essa foto? Ela não está parecida com o príncipe Charles? rssrssrsr) Aquele toque de mistério inglês (mesmo o Poirot me parecia inglês... - era o meu preferido) da leitura sempre me fascinava, e devorava tudo dela que aparecia no antigo "Círculo do Livro" (vc chegou a conhecer?).
Viajei no teu post!!!
Valeu!
Beijos, Marcia

M. Nilza disse...

Luciano,

Entendo que isto seja realmente gostar de um estilo de literatura. Ler, reler e ficar com vontade de ler de novo é um forte indício de que vc seja um fã em potencial de Agatha Christie. Confesso que não poosso dizer o mesmo..eu bem que tentei, mas não é meu estilo e ri muito quando vc falou da mudança de sua cama!! rssssssss

Beijos e grata pelo carinho

Luciano A.Santos disse...

Mari,

Muito obrigado. Acho que todo mundo já leu algo de Agatha Christie, apesar de que nem todos tenham se tornado fãs ou leitores habituais.

Um grande abraço.

Du disse...

Luciano, ótimo post!
Na minha adolescência eu li tudo que encontrava de Agatha Christie, era completamente apaixonada pelos seus romances policiais e trocava até o recreio no colégio pra ficar na biblioteca devorando os livros dela. Bons tempos!

Beijos

Marina disse...

Comecei a ler Agatha Christie na minha casa de praia, quando fucei uns livros velhos da minha mãe. Era O Caso dos Dez Negrinhos e eu comecei a ler deitada tranquilamente numa rede. Foi só a primeira pessoa morrer que eu pulei da rede e fui pra dentro de casa. Estar numa praia não ajudava em nada. Depois, na minha casa, terminei descobrindo um monte de livros dela numa estante. Devorei todos. Adoro.

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