"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dos sotaques

Eu admiro os sotaques. Apesar de muito detestarem, considero que eles dão certa personalidade a pessoa, pois dizem muito de sua origem e cultura – nas aulas de Cultura Brasileira na faculdade (apesar de ter cursado Ciências Contábeis, o coordenador admirava a inter-disciplinariedade) muito se falou a respeito da interferência do meio na formação do cidadão e etc., mas isto não cabe neste post, ao menos não neste contexto. Para a Wikipédia, o sotaque é “uma maneira particular de determinado locutor pronunciar determinados fonemas em um idioma ou grupo de palavras. É a variante própria de uma região, classe ou grupo social, etnia, sexo, idade ou indivíduo, em qualquer grupo linguístico, e pode-se caracterizar por alterações de ritmo, entonação, ênfase ou distinção fonêmica”. Perfeito.

Em casa, minha família poderia ser um exemplo perfeito de uma verdadeira babel se sotaques. Poderia, já que tanto minha avó baiana, quanto meu pai alagoano, se adaptaram tão bem a região que falavam como se fossem naturais daqui. Apenas meu avô, mineiro – de minas, e não do chi-chi-chi-lê-lê-lê – vez ou outra fazia uso de algumas expressões comum de sua terra, mas era um fato raro. No caminho inverso de familiares emigrantes, minha prima mudou-se para uma pequena cidade do Ceará – não me lembro o nome, mas não é efeito da idade, e sim do uso contínuo de remédios para gastrites e afins – e lá se tornou uma atração. Chegaram a dizer que ela falava engraçado demais, e a apelidá-la de gringa.

Mas o motivo de escrever sobre sotaques é que me lembrei, sem mais nem menos, de uma conversa ao telefone que tive com uma moça do Rio de Janeiro, por razões de trabalho que não convém aqui serem explicadas – e esta afirmação lança sobre o fato algumas luzes interessantes, eu sei, mas não se trata disso. Juro! – Nunca antes em minha vida tinha ouvido um sotaque que me cativasse tanto: a voz doce, o modo como ela pronunciava os “erres” e “esses”, eram desenhados em minha mente. Parafraseando Gregory House, eu vi a música. Tudo era bem diferente de meu interessantíssimo alongamento de “erres”, que faz com que toda palavra que o possua, aparente ter três deles.  O ponto crucial foi um simples “Colega, mas aqui tá um calohr!”. A partir de então fez, para mim, todo o sentido do mundo meu colega de trabalho ter passado, misteriosamente, a assim incrementar os “erres” e “esses”. Creio que já a tivesse atendido.

Post de quinta né? Tô tentando voltar ao normal.

6 comentários:

Mauri Boffil disse...

somos 2... amo sotaques!

Luciano A. Santos disse...

Mauri, Sotaque é tudo de bom, rs.

Cristiane Marino disse...

Oi Luciano!!!

Saudade de ler vc!!! adoro seu jeito de escrever...
Vc consegue pegar assuntos tão (aparentemente) nada a ver e fazer um post gostoso de ler.
Escreva sempre! e eu sempre que puder, voltarei!

Obrigada por sempre estar comigo em meu blog, mesmo agora que ando ausente por passar a maior parte do tempo aos cuidados com minha bbzinha.

Grande beijo
Cris

Luciano A. Santos disse...

Olá Cris,

Muito obrigado, eu ando meio desanimado para escrever, apesar de ter algmas ideias, o que falta mesmo é coragem pra colocar tudo aqui. Espero que isso seja apenas uma fase. Vi a pequena em seu blog, que coisa mais linda hein?

Grande abraço.

Unknown disse...

Oi querido amigo!

Fique tranquilo, com certeza faz parte de uma fase, e aacredito que nós passamos várias vezes por essas fases rs...qdo menos esperar vai voltar a se animar.

Ai vc viu que delicinha minha nenem rs. Obrigada!
bjosss

Luciano A. Santos disse...

Olá Cristiane,

Também acredito que seja uma fase. Que ela passe logo.

Beijo.

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