"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O 3º Travesseiro

O Terceiro Travesseiro conta a história de dois amigos que são apenas amigos até que um deles resolve se declarar ao outro. A partir daí temos nuances de novela mexicana com sonhos adolescentes e duvidoso gosto culinário.

terceiro_travesseiro

Tomei conhecimento da existência do livro através deste post do O Que Elas Estão Lendo, intrigado resolvi ler.

Escrito por Nelson Luiz de Carvalho, o livro navega em mares de superficialidade, e, por muitas e muitas vezes, naufraga. Tudo soa irreal, parece um sonho adolescente – gay. E talvez seja. Nada convence ou faz sentido, o que só piora com a chegada do terceiro travesseiro, leia-se uma garota numa relação homossexual, que transa com ambos, que também transam com ambos e assim vai. É o sistema um por todos e todos por um.

Por mais que possa parecer preconceituoso, velhaco, quadrado ou sei lá o  quê, não consigo digerir, e nem acredito que as coisas aconteçam daquela forma. Lembram quando disse que era uma “novela mexicana com sonhos adolescentes”? Pois é: no decorrer da história vemos a viagem paga pelo pai de um deles, um relógio caríssimo e o papo cabeça com um primo. – Não, o primo não entra “no esquema”.

Isso porque pouparei vocês dos dotes culinários apesentado pelos dois!

O livro, se escrito de maneira diferente, poderia ter suscitado um debate saudável sobre aceitação da homossexualidade tanto pela família quanto pela sociedade, sem esquecer dos maiores e mais interessados envolvidos nisso tudo – os adolescentes homossexuais representados pelos dois. Porém o autor optou por chocar, e, definitivamente, não acho que tenha sido o melhor caminho para atrair atenção – apesar de ter vendido muito, mas aqui entramos naquela da relação entre sucesso de público e qualidade, sobre a qual falei aqui.

O que poderia ser uma bela historia de amor, foi reduzida a um livro pseudo-pornô metido a romance. O final pode te emocionar, mas o amor é tão frívolo, e Marcus, um dos personagens, tão fraco, que senti vontade de arremessá-lo na parede.

Pra finalizar, se querem boa literatura com temática homossexual, leiam O Diário do Farol, de Ubaldo, ou Bom Crioulo, de Caminha.

3 comentários:

Mauri Boffil disse...

eu nao li tudo... mas fiquei enojado... tanta coisa pra se colocar no pão...

Marina disse...

Não gosto de livro que é polêmico só para dizer que é. Mas, já que não li o livro, vou me abster de dar uma opinião.

Luciano A.Santos disse...

Charles,

Como diria o poeta: "Falou e disse". No livro tudo é muito lindo e cor-de-rosa-macho, e, convenhamos, a vida é bem pior que isso!

Grande abraço.

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