"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cai o pano

A transmissão do funeral de Michael Jackson estava começando na Globo quando a entregadora dos Correios bateu palmas em frente minha casa. Como não é uma data habitual para correspondências - todas as faturas e boletos já chegaram, rsrs, e de qualquer modo seriam colocados na caixinha, e não entregues em mãos - fui atender meio ansioso. Caixinha de papelão com algumas partes azuis só querem dizer uma coisa: encomenda do Submarino. Assinei ao recibo, e entrei correndo em casa, apesar de saber do que se tratava estava ansioso, não era para ser entregue agora, a previsão estava para o dia 29, mas o Submarino mostra mais uma vez que ruleia no assunto.

A primeira vez que tive a intenção de comprar um cd do Michael Jackson foi há uns dois meses, quando estava "perambulando" pelas prateleiras da seção de cd's da Americanas, e vi uma edição especial de Thriller a de 25º aniversário, que vinha com um DVD. Graças ao preço um pouco salgado (que, de antemão, sabia que seria plenamente coberto pelo custo-benefício) tive de deixá-lo lá, mas fiquei com a idéia na cabeça.

Com a morte repentina de Michael milhares de fãs correram para as lojas - mesmo que as de downloads - para comprar as obras do artista, fato que o catapultou, depois de muito tempo, ao topo das paradas americana e britânica. Fui movido, em parte, pelo mesmo impulso, já tinha a intenção de comprar um álbum, o fato da morte somente acelerou o processo.

Voltei às Americanas na segunda-feira após a morte, mas não havia restado mais nada, pelo visto meu caso não era um fato isolado de uma onda que estava passando pelos EUA e Europa, parece que mesmo aqui, nas profundas do interior de São Paulo, as pessoas tiveram (ou foram impelidas) pelo mesmo impulso, o de prestar uma homenagem - ou compensar uma falta - comprando os álbuns do cantor. Voltei pra casa de mãos abanando.

Se as lojas físicas estavam em falta, apelei para as online, mas nas maiores redes de varejo eletrônico do país os álbuns do cantor também estavam esgotados, a não ser edições importadas, tarifadas com todo o peso do firme pulso e forte mão tributária do governo. Minha única opção era apelar para a pré-venda, foi o que fiz alguns dias depois, quando o Submarino disponibilizou esta opção aos seus clientes (alguns dias depois da Saraiva). Reservei Dangerous, álbum de 1991, tido como o segundo maior sucesso comercial do cantor, e, claro, Thriller.

Os álbuns, que estava esperando para o fim do mês chegaram hoje, mesmo dia da despedida dos fãs ao cantor.

De tudo o que foi dito, especulado e inventado após a morte de Michael Jackson, creio que a síntese do que realmente importa foi dita hoje, no final da cerimônia, por sua filha, Paris Michael Katherine Jackson:

"Só queria dizer que, desde que eu nasci, o papai foi o melhor pai que eu poderia imaginar. Só queria dizer que eu te amo tanto".

4 comentários:

jamesp. disse...

Oi,Luciano.Também comprei o Thriller(rs).Belo texto,como sempre,muito bem escrito.Acho que nunca mais veremos uma transmissão como a de ontem e nem com uma carga tão grande de emoção.Acho que a última estrela pop que resta é Madonna.Que viva muito e nos dê ainda muitas alegrias.Eu disse ontem no Twitter,que ontem foi o último suspiro dos anos 80,que a minha geração viveu tão intensamente.Estou de olho no cinema para ver como será a análise cinematográfica dessa época(porque certamente ela virá).Obrigado ,meu caro.Grande abraço do James.

Luciano A.Santos disse...

Olá Mari, obrigado, rsrs.

Luciano A.Santos disse...

Marcelo,

Todo mundo foi bem rápido e eficiente na história: a Sony, a Som Livre, as redes de varejo, ninguém queria perder o bonde. Hoje mesmo fui as Americanas e tinha toda uma prateleira com cd's e dvd's do Michael Jackson - acabei por comprar o dvd de Dangerous - e biografias com alto teor especulativo, ou seja, repuseram os estoques muito antes da previsão inicial, que era para a segunda metade de julho. É o Brasil fazendo logística nota 10.

E é verdade: Submarino nunca me deixou na mão quando se fala em entrega.

Abraços.

Luciano A.Santos disse...

James,

É fato que Madonna também é um ícone, e se manteve à tona por mais tempo que Michael - graças a se curvar, como um pé de feijão ao vento, às vontades da gravadora, o que Jackson não fez - mas não sou muito fã. Claro que ela é um dos "m's" da década de 80 e merece respeito. Nasci em 86, então fui criança nos anos 80, me considero como um filho da cultura de 90 com uma grande propensão ao retrô.

Quanto ao Thriller, ótima compra, rsrs.

Grande abraço.

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