"You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them." - Ray Bradbury.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Acabei de ler II - Tela Escura



Desde que Sócios no Crime, de Agatha Christie, veio parar nas minhas mãos que me tornei um ávido leitor de romance policial. Daquele tempo para cá passei por Georges Simenon, Leonardo Padura Fuentes, Raymond Chandler, Dashiel Hammet, Sir Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe, Jô Soares, dentre outros, cada qual me proporcionando ótimas experiências à sua maneira (ou estilo).

Felizmente posso dizer que Tela Escura (Dissolvenza Al Nero, Davide Ferrario, Ed. Record - 2003) foi uma grata surpresa. Ele foi um dos meus presentes de fim de ano, porém adiei um pouco a sua leitura, em parte por nunca ter ouvido falar de Davide Ferrario antes, e, em parte maior ainda, por achar que a frase do Corriere Della Serra: "Raymond Chandler à italiana", como está estampado na capa, era um tanto quanto pretensiosa.

O enredo trás o grande Orson Welles em sua visita à Itália para rodar um filme e tentar se reencontrar com o sucesso, deixando a poeira baixar na América, onde as coisas não iam lá muito bem para ele. Na Itália, logo percebe que as coisas podem não ser tão fáceis, pois um figurante morre em seus braços depois de lhe sussurrar as, para ele, estranhas palavras São Francisco. A polícia acredita em overdose acidental, mas Welles desconfia que há algo mais, e resolve investigar, acabando por encontrar uma trama sórdida, envolvendo políticos, os EUA e membros do Vaticano. Isso tudo apenas três anos após a Segunda Guerra Mundial.

Mais que isso só sendo spoiler, e não é o que quero.

Tela Escura vale muito à pena, e Ferrario nos presenteia com uma obra ímpar, é impossível não se apaixonar por um Welles atrapalhado, não ser cúmplice do sofrimento de Tommaso, um detetive particular atormentado pelos horrores da guerra, e se sentir enojado ao descobrir como funciona o "sistema". E o melhor de tudo: grande parte dos fatos narrados no livro são reais.

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